terça-feira, 12 de julho de 2011

Existem dias na vida da gente em que achamos que seria melhor que não existissem. Ou que ficam marcados na memória como cenas de um filme pesado, estranho. Meu dia hoje foi assim. Não tenho lembranças, tenho sensações, flashes. Imagens ruins que se repetem como se eu as tivesse visto de fora.
Mas não consigo imaginar minha vida sem esse dia. Fiquei triste o dia todo? Fiquei. Irritada? Certamente. Frustrada? Profundamente.Perdida? Nossa!!! Não gosot nem de pensar no quanto...
Mas cada um desses "espasmos" faz com que eu tenha certeza de que estou viva. Não dá para ter dias legais, sempre. Não dá para ter a pessoa  de quem a gente gosta por perto todo o tempo.Não dá para pedir um colo na hora mais crítica do dia. Mas eu já estou meio acostumaa com isso. Me viro sozinha faz tempo. Então, se a coisa aperta, por  mais que eu me sinta afundando, sei que terei como encontrar a saída.
Muitas vezes desejo desabar, mas não posso. Eu não tenho espaço para cair. O jeito é me manter num equilíbrio meio crítico, torcendo para a maré ruim passar rápido.
Estou num momento delicado. Quero mudar coisas em minha vida. Talvez fosse bom ter com quem falar a respeito. Mas eunão sou muito sociável. Menos ainda em momentos como esse, em que meu olhar fica triste e meus traços endurecem e eu não gosto do que o espelho reflete.
Daqui a pouco vou dormir. E espero emergir desse sono renovada, sentir em meu rosto o frescor da alegria. E que meu dia seja infinamente mais fácil do que foi hoje e que ao final dele eu não tenha a sensação de ter ficado vendo tudo de longe, como se fosse um outro alguém.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Transição

Sempre gostei de escrever. Por esse motivo fui parar no curso de jornalismo. Nunca quis ser jornalista. Queria apenas ser aprovada para uma universidade federal sem ter que me matar de estudar e fazer um curso que não me traria dificuldades. E foi exatamente assim.
Na universidade descobri que minha paixão por livros era imensa. Retornei, depois de formada, para cursar produção editorial e nunca fui tão feliz estudando. Tempos depois voltei a ECO para dar aulas de redação técnica para os alunos de Produção editorial. Infelizmente a vida me levou por outros rumos e virei bancária.
Uma vez bancária, dei um jeitinho de continuar a escrever no trabalho. Me oferecia para tudo o que envolvia redação. Fiz, durante algum tempo, um jornalzinho. Quando saí da agência e fui para a TI, até tentei continuar com esse tipo de atividade. Ajudei o desenvolvimento da primeira versão do site do setor, dava sempre um jeitinho de escrever, revisar algo.
O tempo foi passando, não consegui mudar para a área de comunicação da empresa, continuo na TI. Gosto. Mas estou muito longe de me sentir estimulada e feliz.
Penso que talvez seja a hora de mudar. Não mudar de setor, mas  mudar de vida. Buscar outros caminhos que me tragam maior alegria, que me façam acordar com tesão de ir trabalhar, como um dia já tive. Hoje, acho tudo monótono. chato. Me irrito com a acomodação das pessoas que temem se expor e aceitam todas as determinações absurdas, mesmo que isso vá gerar um trabalho mal feito, meia bomba. Me sinto mal com isso. Me sinto mal em fazer tarefas para as quais não fui treinada. Sei que sou capaz. Ser autoditada é algo usual em minha vida. Posso afirmar sem medo que 70 por cento do meu conhecimento em TI não adquiri no MBA que fiz em 2001. Ele veio da minha curiosidade.
Mas estou cansada. Não de ser curiosa e aprender. Mas de ser obrigada a aprender porque não sou treinada e preciso produzir de qualquer forma.
Tenho um conhecimento que muitos não tem. Isso deveria me dar vantagens e ser recompensado, mas não é. E falta de reconhecimento desanima. De que me adianta ser avaliada com notass acima de 9 se não há crescimento profissional?
Quatro anos é muito tempo para ficar parada, mesmo que tenha enfrentado uma situação extrema de assédio moral.
Se a carreira não deslancha, é hora de mudar. De começar de novo, se preciso. Em outro lugar. Em outra empresa, talvez. Em outra carreira. Nunca é tarde.
É hora de começar a empacotar a mudança.