domingo, 14 de março de 2010

Raios, trovões e nada para comer...

Estou com fome. Fui até a cozinha e descobri que nada me agrada e não estou com vontade de apelar novamente para a gastronomia do desespero. Então, continuo com fome. Para piorar, passei um domingo horrível, me sentindo um barômetro humano por causa da sinusite.
Também estou de saco cheio. De quase tudo e de muitas pessoas. Especialmente das que deixam a vida passar entre seus dedos, enquanto pensam, pensam e pensam. Porra! Até eu que sou do tipo "pensador", vez por outra solto as amarras e me deixo levar. É preciso!! Tudo passa rápido demais e não vejo muito sentido em ficar sempre na defensiva. Medo de errar tem limite! Príncipes e princesas encantados, só no livro de contos de fada, vida perfeita, só com Doris Day.
Em dias como hoje, em que chove muito, raios cortam o céu, sinto muitas saudades da casa de Guadalupe, da minha janela, da minha varanda... De lá, acompanhava o movimento das nuvens, a tempestade se aproximando, até desabar.
Quero namorar.

terça-feira, 9 de março de 2010

Hebe, Twitter, Facebook, facilidades e felicidades

Depois da noite de sábado quando, via Twitter, informei e fui informada por muitas pessoas sobre o caos que tomou conta da cidade em razão da tempestade, voltei a pensar muito naqueles que resistem a essas novas (nem tanto!) tecnologias.
Sempre ouço gente falar mal de quem twitta, que diz que o Twitter é bobagem, exibicionismo e coisas similares. Eu sempre vi nessa ferramenta uma oportunidade incrível de me manter em contato com o mundo. Isso numa abordagem pessoal, simplificada. Se pensarmos em termos do retorno que o uso consciente do Twitter pode trazer para empresas, grupos, marketeiros, causas, as possibilidades vão além da mera promoção.
Durante a tempestade, foi possível pedir a pessoas que não saíssem de onde estavam porque não conseguiriam chegar ao local que pretendiam. Outros, presos nos engarrafamentos que se formaram pela cidade informavam, em tempo real pelos seus celulares, as condições das vias, com uma amplitude que para a própria Prefeitura e demais autoridades não eram capazes de oferecer. Por horas, muitos daqueles que usam o Twitter apenas para promoção pessoal, estiveram conectados formando uma malha de informações e prestando um serviço de utilidade pública para uma cidade imobilizada diante do caos. Forjou-se, então, o termo #alagão. Uma referência ao movimento anterior que, de forma semelhante, durante o #Apagão, orientou a população e permitiu que se soubesse rapidamente qual era a dimensão do evento, inicialmente divulgado como tendo atingido uma área restrita.
Foi através de outro desastre natural que fiz alguns amigos na Índia. De madrugada, meses atrás, estava por acaso consultando o site do governo americano que monitora terremotos e divulga os avisos de tsunamis, vi que acabara de ser postado o aviso para certas regiões do planeta. Imediatamente, repliquei no Twitter e, soube depois, meu post foi multiplicado. Mais tarde, recebi mensagens de agradecimento de vários indianos. Alguns, tornaram-se amigos do Twitter. Quando o Rio teve aquela tarde sinistra, em que o tiroteio nos morros com a queda do helicóptero tomou conta da mídia internacional, eu, que estava desligada num passeio no Leblon, levei um susto ao receber mensagens do outro lado do mundo em meu celular. Amigos twitteiros querendo saber se eu estava bem. Confesso que fiquei emocionada. E imediatamente me conectei ao Twitter via celular para mandar mensagens a todos que tinham tão gentilmente se lembrado de mim.
Não. O Twitter não é uma bobagem. Como tudo, é preciso saber usar. Quase sem querer, apenas com algumas postagens sobre temas pelos quais me interesso, formei uma pequena rede que me leva até onde desejo e preciso. Algumas vezes, além. É claro que numa noite como essa, em que o assunto nacional é a volta da Hebe, torna-se quase irresistível brincar on line. Mas que mal há em um pouco de diversão? Se brincamos no ambiente de trabalho, qual a razão para não fazer o mesmo no Twitter? Há espaço e hora para tudo e todos.
Outro que, desde que se popularizou tem me trazido alegria, é o Facebook. Durante muito tempo me senti alienígena num ambiente em que predominavam amigos estrangeiros. Fiquei por lá, ajudando a traduzir uma coisa aqui, outra ali eo tempo foi passando.Felizmente, outros brasileiros, muitos vivendo no exterior, começaram a descobrir o Facebook. Com isso, resgatei relacionamentos que jamais imaginei. Pessoas que já havia tentando reencontrar por todas as maneiras que conheço. Finalmente as encontrei. Via Facebook. Alguns vão falar: mas você poderia ter usado o Orkut! Eu, "rata" de internet que sou, usei Orkut desde... sempre! Acompanhei abobalhada aquela absurda disputa entre americanos e brasileiros pelo "domínio" do território. Naquele instante, me afastei do Orkut e andei por My Space, Multiply e tantos outros que se propuseram como alternativa, sem sucesso. Retornei ao Orkut com o rabo entre as pernas, e deixei latente minha conta no Facebook, onde vez por outra ia dar uma espiada. Já faz um tempo que a conferida diária no Facebook entrou na minha rotina. O Orkut? De vez em quando olho. Aos poucos, estou saindo de lá, dessa vez de forma definitiva.
Ignorar a popularidade, a eficácia, a eficiência de um Twitter é como querer dizer que a Hebe não faz a menor diferença na Tv brasileira. É uma grande bobagem. Você pode até não gostar deles, mas negar o valor que possuem é demonstrar, para ser gentil, um certo grau de intolerância infantil.
A Hebe acabou agora. Aposto que o Twitter vai bombar durante alguns minutos antes que todos se enfiem na cama. Vou lá conferir.