segunda-feira, 26 de maio de 2008

Novamente

Me reinventar. Mais uma vez. Não sei de onde tiro essa capacidade de refazer minha vida do caos, de sair do fundo do poço, de dar ordem ao tumulto. Será que vou conseguir dessa vez? Tenho cuidado de tanta gente e cuidei tão pouco de mim... Não me arrependo de ter cuidado de outros, mas de ter esquecido de mim. Agora tenho que aprender uma coisa nova: cuidar da minha vida, me colocar em primeiro lugar. Acho que ainda dá tempo. Acho que essa foi a única coisa boa que ficou depois dos 10 anos em que me doei ao André: a certeza de que a prioridade tem que ser eu.

domingo, 25 de maio de 2008

Dureza

Mais uma semana difícil, mas estou viva. Tive uma vitória importante, ao conseguir sair de casa para ir ao Projeto Entrando no Samba. Foi a primeira vez que saí sem ser para ir ao médico. Foram, com toda a certeza, as férias mais difíceis da minha vida. Mas tenho certeza de que fui guiada no momento certo. Eu precisava parar e cair. Eu precisava desabar pois andei carregando muitas coisas em minhas costas. E pude fazer isso sem me conter. Me permiti ser fraca, não me cobrar, não querer resolver os problemas do mundo.
Amanhã tentarei voltar ao trabalho pois as férias acabaram. Se não me sentir legal, peço licença. Tenho muito pouco a perder. Afinal, sei que estou num jogo onde o profissionalismo passa longe e as cartas são politicamente marcadas.
Estou falida mas, sinceramente, a única coisa que me preocupa é que isso me faça perder o emprego. Não tenho medo do recomeço. Já renasci tantas vezes que isso não me assusta.
Tudo o que quero agora é cuidar de mim, da minha saúde e poupar para me refazer. Isso sem deixar de viver, de ter prazer, de ajudar minha família e amigos. Por que? Porque essa sou eu.
Sei que será uma período duro, mas eu sou forte. Vou encarar!!! :-)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Gente grande

Depois de 3 semanas sendo forçada a olhar para o meu umbigo por uma questão de sobrevivência pois a depressão tinha me derrubado, tive na noite de quarta-feira, 21/05/2008, um dos melhores momentos dos últimos anos. Finalmente fui até o Cerro Corá conhecer o Projeto Entrando no Samba.
Pode parecer piegas, mas as duas horas que passei lá foram especiais. Fiquei feliz por estar lá, mesmo fazendo pouquinho. Calmamente as crianças e adolescentes me falavam: "sabe tia, hoje tem uma operação no morro, a PM subiu e alguns alunos não virão. E eu, que tinha ida de táxi até alí, que é tão perto da minha casa, me senti envergonhada, porque aquelas crianças voltariam para o alto do morro possivelmente em meio a um tiroteio.
Quando, apressada ao final, eu ia saindo da quadra e ouvi a voz do Danilo, miudinho, falando do seu canto, "elisa!" e, quando eu me virei, "tchau, tia!", com um sorrisão, eu voltei e, mais uma vez o abracei e beijei, como já tinha feito durante a oficina.
Desci a Rua Cosme Velho, acompanhada de parte da gurizada, conversando com um e outro, com um sorriso na alma e me sentindo pequenininha diante da grandeza daquela gurizada.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A China que eu vi

Durante a passagem da tocha por Paris, registrei aqui meu apoio aos protestos pela liberdade do Tibet. Na ocasião, ressaltei que, apesar de ser contra as práticas políticas, tinha grande fascínio pela sociedade chinesa, sua cultura e tradições.

Hoje, estou aqui para registrar o meu respeito por um povo que diante da adversidade deixa de pensar no indivíduo e se volta para o social. A determinação que É possível ver nos olhares, mesmo no das pessoas diretamente atingidas pela dor, é fantástica. A união em torno da reconstrução, do orgulho nacional, é uma força que gostaria que tivéssemos aqui.
http://www.youtube.com/watch?v=sbUbYm950X8
Aos chineses, meu respeito e admiração.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Incompreensão ou Ignorância???

Acho curioso que ainda hoje, em tempos de informação farta e fácil, as pessoas ainda tratem quem sofre de depressão a admite isso como se fosse uma frescura qualquer. Recusar um convite para uma noitada dizendo a verdade transforma-se naquele momento em que seu interlocutor diz: Ah, mas quando você chegar lá, isso passa!
Gente, depressão não é brincadeira. Ninguém fica deprimido ou é deprimido porque acha bacana. A dor que se sente em um período de crise é algo inexplicável. O medo é paralisante.
Ninguém pode imaginar o que é ir dormir bem e acordar mal porque seu cérebro não recebeu, por algum motivo qualquer, as substâncias que você precisa para manter nos lábios o sorriso que seus amigos adoram, para impedir as lágrimas, para conseguir ter energia e manter sua rotina.
Passada a crise, vem o medo de ter que enfrentar outra. Leva um tempo até você conseguir respirar novamente, sem tensão, sem medo. É difícil viver assim, muito. Cada dia que se passa sem pensar em crise é uma vitória. E cada vez que se enfrenta uma crise e vence, é um renascer.
Por isso, peço àqueles que acham que quando sou sincera e digo que não vou sair porque estou com depressão que entendam que não estou brincando. E que não tornem tudo mais difícil com comentários como o que citei acima. Notem que, quando aviso, sequer estou pedindo ajuda, apenas dizendo a verdade porque acho que as pessoas devem saber.
E deixo aqui uma sugestão: informem-se sobre esse assunto. E não condenem uma pessoa só porque ela tem a coragem de falar abertamente sobre algo que lhe causa tanta dor.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Deprimida, eu??? Sim!!!

Sofrer de depressão é foda. Você está legal num momento e, subitamente, o mundo desaba sobre você. E se a pessoa é como eu, que se sente responsável pelo bem-estar de todos que ama, fica mais complicado. Você corre para o banheiro e chora. Pinga colírio, lava o rosto e volta correndo com um sorriso nos lábios e desespero na alma. Maldito desequilíbrio químico que me faz precisar de medicação.
Ando com vontade de tentar terapias alternativas. Quando pratico exercícios físicos, ajuda. Mas aí vem a contradição: se a crise é profunda, quero me largar na cama o dia todo. Não quero nem pensar. Só quero ficar imóvel e deixar as lágrimas correrem.
Meu médico estava tentando uma mudança de medicação, mas não funcionou. Acho que voltei à estaca zero. Amanhã conversarei com ele, pois o novo remédio mexeu demais comigo, de forma negativa.
Existe também uma estranha coincidência sobre minhas crises mais intensas e sem razão aparente: todas ocorrem entre abril e maio. Sempre. Freud explica??? Já pensei em tentar hipnose e /ou regressão para entender essa questão. Talvez encontrasse o detonador que desencadeia as crises.
Só posso dizer que é foda, que dói, fere machuca, rasga, destrói, devasta. E é assustador.
Vivo com essa sombra desde os 22 anos. São 23 anos lutando contra algo que a ciência acha que conhece, mas que só consegue aliviar.
A maior parte das pessoas com quem convivo nem imagina o que passo...
O que me dá forças para a luta? Minha família. Sempre. Meus amigos. Todos. E, especialmenre, meus sonhos.

domingo, 4 de maio de 2008

Boa energia nunca é demais

http://www.youtube.com/watch?v=ji5_MqicxSo

Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer


Minha relação com o Flamengo não sei quando começou. Sempre me lembro de mim Flamengo, brigando por causa do Flamengo, discutindo, chorando.

É a maior paixão da minha vida. Meu vício. Meu prazer. Sempre.

Já estou sentindo a alegria de andar pelas ruas do Rio amanhã, e ver aqueles desdentados, sorrindo, portando com garbo e alegria o manto sagrado. É lindo!!

Neste momento, a cidade é só festa. Aqui em Laranjeiras, na Rua das Laranjeiras, Machado de Assis e Manuel Bandeira observam o movimento de carros e torcedores alegres. Certamente, se pudessem, amanhã publicariam belíssimas crônicas a respeito.

Eu, não sei o que é... mas só o Flamengo me faz sorrir tão fácil assim.

MEEEEEEEEENNNNNNNNNNNNNNNNNNNNGGGGGGGGGGGGOOOOOOO!!!!!!!!!

sábado, 3 de maio de 2008

Reflexo

De repente, vejo minha imagem refletida na vitrine do Shopping. Isabella está ao meu lado. Quase pergunto: quem é essa pessoa? Exatamente como fiz muitos anos atrás quando não me reconheci ao ver os estragos que o corticóide estava fazendo em mim. Me assusto. Não tinha percebido o quanto emagreci. Será que é essa falta de identidade que está me deixando perdida? Que está me dando a sensação de não pertencer a lugar nenhum, de nada fazer sentido? Não sei.
Quem sou eu?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A gente sabe que vai reagir

Quando recebe um carinho assim, de uma amiga querida, que sabe o quanto a gente se arriscou e se doou:

Giulia:

Tudo Novo de Novo
Paulinho Moska

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim


Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim


É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos


Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou


E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou


Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos



Obrigada, Giulia. Obrigada por me ajudar a ter certeza de que não errei por ter amado. E por me incentivar a amar sempre.

Lutando contra o invisível

Por que tenho a sensação de que, para cada vitória, sofro 10 derrotas? Minha capacidade de recomeçar está no limite. Minha vid saiu dos trilhos em agosto do ano passado e não consigo mais voltar para eles. Não importa o que faça, as decisões que tome, tudo parece me puxar para um abismo profundo.
Tenho plena consciência de que estou vivendo certas coisas porque permiti que a vida tomasse esse rumo. Não desci do bonde quando devia por puro amor. Amei mais o outro do que a mim. Não me arrependo de ter escolhido o amor. Mesmo tendo sido usada e explorada como fui. Errei ao avaliar a pessoa comquem vivi. Fazer o quê?
Agora tomo outra porrada. Uma tia idosa, a quem sempre dediquei minha atenção e carinho, fala e faz coisas que me magoam profundamente. Dou, mais uma vez, o amor como resposta e considero a idade avançada dela. Mas estou profundamente magoada.
Existem outras coisas que não compreendo. E me pergunto a razão de estarem acontecendo comigo, uma após a outra. Estou asssustada e com medo. Estou frágil. Estou triste.
Passei metade da minha vida superando dificuldades. Quando achei que estava em céu de brigadeiro enfrentei um furacão. Estou cansada. Não sei mais o que fazer para reagir. Mas não me sinto no direito de desistir. Apenas não compreendo o que estou enfrentando e quais as razões de estar sendo colocada à prova sucessivamente.

E abril-agosto chegou ao fim!!

Ufa!!! Que mês horrível!!! só se salvou o dia de S.Jorge! Com ele vão a incompetência da polícia paulistana, o terremoto, o padre doido, a ressaca que quase provoca uma tragédia pela omissão das autoridades ( e parece que maio começa com outra... preparem-se!), e, fechando com chave ouro o mês em que a brasileirada se ferra por causa do Imposto de Renda, Ronaaaaaaaaaalllllllllldddooooooo!! com bola na trave..ca!!! Se bem que teve o reitor baiano... esse é impublicável!!

Para não perder a esperança de vez, recomendo uma olhada neste filminho sobre o projeto de uma nova rodovia para o Rio de Janeiro. Bacanérrimo! Anotem: http://www.youtube.com/watch?v=fXk9b26OZcc