domingo, 23 de novembro de 2008

Sonhos

Quando menina, sonhava em morar na França, estudar lá... Nunca sonhei em viver lá para sempre. Estive muito perto disso, aos 18 anos. Finalmente parecia que tudo ia acontecer. Aí minha irmã resolveu engravidar. E a grana que eu usaria foi toda para montar a casa para ela. Fiquei triste. Mas achei que era questão de tempo. Um dia fui a Paris. A sensação? Como voltar para a casa... conhecia cada cantinho... Nem mesmo a presença de André, que não consegui fazer entender que aquela viagem era especial para mim, por se tratar de realizar o meu sonho, atrapalhou(ele só pensou na grana que iria economizar viajando comigo, e se eu não comprasse água, teria morrido de sede...risos Voltou com 700 euros... quem pagou a comida? risos A gente faz coisas malucas quando está apaixonado... concede...protege... cuida.). Era tudo o que eu sonhei toda a infância e adolescência. Percebi que, se tivesse que fazer um mestrado ou algo do gênero, no exterior, seria lá. Tem um tempo que não vou lá. Tinha planejado viajar este ano, mas não deu. Ano que vem está próximo. Acho que vai dar.
Tenho muitos sonhos. Atualmente, o que mais desejo e que é mais difícil, ter grana para reunir a família. Gostaria que estivéssemos todos juntos: minha mãe, meus irmãos, meus sobrinhos. Perdemos força separados. Tenho fé. Vou trazê-los de volta para a casa.
Outros sonhos? Casa com cachorro, gato, quintal, jardim, horta. Como o sonho aí de cima é muito mais complicado, acredito que vá conseguir a casa primeiro. Odeio esse apartamento. Morar aqui sempre foi uma tortura para mim. Na verdade, nunca fui feliz desde que saí da casa da minha infância. Era longe? Era. Mas era o lugar onde eu fui mais feliz na minha vida, mesmo com dificuldades e tal. Nunca mais sorri como sorria lá. Aqui, não tem nada a ver comigo, não é meu canto, não tem minha cara. Vou levando, tentando tornar mais simples, vivendo um dia de cada vez. Mas estou disposta até a mudar de cidade para ter minha casa.
Tem o sonho impossível: parir. Mesmo que não tivesse 45 anos, só por um milagre, pois perdi meu útero aos 35. A única possibilidade seria o feto se alojar no abdomem, numa gravidez de alto risco, como aconteceu recentemente com uma senhora. A cada ovulação torço para que aconteça. Se o Criador achar que mereço, ele me abençoará com esta dádiva. Halina, Pedro ou ambos seriam muito bem-vindos.
Às vezes desejo que um outro furacão passe por minha vida e consiga afastar de mim os destroços dos quais ainda não consegui me livrar neste último ano. Já me livrei de muita coisa, muita mesmo. Mas ainda não é o suficiente. Não se apaga 10 anos de servidão e dedicação a uma pessoa desta forma. Então, meu outro sonho, esse urgente, é me recuperar 100%. Estou quase lá. Só falta descobrir algo que me dê uma motivação como a que tinha antes para sair da cama todas as manhãs. Talvez esse seja meu maior sonho nesse instante. O maior e mais urgente.
Não, meu maior sonho é encontrar cor na minha vida novamente, sair desses tons de cinza que até o tempo horrível que faz na cidade ajuda a intensificar.

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