quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Transplante de esperança?

Leio a notícia no jornal: Ingleses estimam em 2 anos o prazo para realizar transplantes de útero em humanos. Meu coração acelera. As lágrimas descem descontroladas e os soluços escapam profundos. Para muitos pode parecer egoísmo. Afinal, tantas crianças necessitam de adoção! Mas quem como eu já foi muitas vezes, até de forma inconsciente, discriminada pelo fato de não ter filhos, entende perfeitamente a minha emoção. Uma mulher que não tem filhos por opção é tratada de forma diferente, até com certo respeito pela sua "coragem" em escolher não tê-los. Mas uma mulher que não os tem por impedimento físico, essa é tratada como uma mulher menor. Nossos sentimentos em relação ao tema pouco importam para os normais. Vislumbrar a possibilidade de corrigir um desvio dessa ordem me parece algo tão generosamente milagroso que minha alma se encheu de esperança. Não para mim, que já tenho 46 anos. Mas para tantas outras mulheres que poderão tirar do fundo do olhar aquele véu, aquela tristeza quase imperceptível que as acompanha todo o tempo. Ainda choro enquanto escrevo. E desejo profundamente que isso se torne possível logo. Que outras mulheres possam ter a chance de realizar esse sonho, de concretizar esse desejo de trazer uma vida dentro de si.

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