sexta-feira, 2 de abril de 2010

O brilho do olhar

Semana estranha... Reencontro com a loucura em diversos momentos. Reencontro com gente que preferia apagar da minha vida. Tudo acontecendo de forma inesperada, me pegando sem defesas.Tive medo. Muito. Pelo que já passei e pelo o que ainda acho que posso passar.
É muito duro estar na condição de vítima. Não gosto disso. Não gosto da carga que isso joga sobre meus ombros. Mas aconteceu. E sou obrigada a conviver com essa parte da minha história. Há quem não compreenda a extensão da violência a que fui submetida. Violência emocional da pior espécie. Não se trata de um simples fim de relacionamento. É um relacionamento que fui obrigada a encerrar, com uma dor  que jamais imaginei sentir. Não era por ciúme, não era por raiva. Era por ter perdido a confiança, por descobrir a loucura do outro, que expunha a mim e aos meus ao risco.  Era por decepção, por me ver mergulhada em mentiras. Era por descobrir, bruscamente, que tinha vivido uma farsa. Era, e ainda é, por perceber naquele instante que, dificilmente, voltaria a confiar em alguém, a ter um relacionamento "normal".
Ser lesada dessa forma cruel, porque poucas coisas são mais cruéis para com o outro do que destruir a sua capacidade de confiar, me atordoou. Isso imobiliza a gente, deixa sem norte, sem destino. E dói. Dói porque a gente quer acreditar, quer confiar novamente, mas não consegue.
Como numa coincidência estranha, depois do "encontro", o assunto loucura esteve presente em diversos momentos da minha semana, em fatos envolvendo pessoas próximas, em textos que chegaram, em documentários, em notícias... E, por diversas razões, fui levada a reviver emoções que quero manter num cantinho. É... porque elas estarão sempre lá. São como cicatrizes. Doloridas.
Quase três anos se passaram. Me olho no espelho e as marcas ainda estão lá. Profundamente cravadas no meu olhar triste, sempre triste. Algumas coisas na minha vida ainda estão voltando aos poucos ao normal. Mas a que eu mais queria era o brilho do meu olhar... Quando isso acontecer, me sentirei com alma novamente e posso ter a esperança de voltar a ser feliz.

3 comentários:

Anônimo disse...

Elisa,medo é maudade.Uma situação só se repete se não aprendemos com ela.Sabe o que aprendi com a rejeição?A autoaceitação.
Com tudo aprendemos,as pessoas entram em nossa vida porque temos algo para trocar com elas e quando a troca acaba por mais dolorosa que seja ,significa que estamos em outra sintonia.E ai por mais que possamos acreditar que a situação se repita isso não mais acontece pois não somos mais os mesmos.Observe isso é veja como muda as pessoas da sua vida.A mudança só ocorre porque mudamos.E quanto melhores estivermos,pessoas maravilhosas encontraremos.Essa é a lei da vida, não só para mim.Beijos.Carmencita.

carmencita disse...

Elisa,medo é maudade.Uma situação só se repete se não aprendemos com ela.Sabe o que aprendi com a rejeição?A autoaceitação.
Com tudo aprendemos,as pessoas entram em nossa vida porque temos algo para trocar com elas e quando a troca acaba por mais dolorosa que seja ,significa que estamos em outra sintonia.E ai por mais que possamos acreditar que a situação se repita isso não mais acontece pois não somos mais os mesmos.Observe isso é veja como muda as pessoas da sua vida.A mudança só ocorre porque mudamos.E quanto melhores estivermos,pessoas maravilhosas encontraremos.Essa é a lei da vida, não só para mim.Beijos.

Elisa Maria disse...

Carmencita,
Nesse caso, medo não é maldade ,nào... Há coisas que não foram relatadas aqui... estão em outro espaço, trancadas... Poucas pessoas sabem. O medo se justifica.
Não tenho duvida de que a mudança ocorre. Sinto isso todos os dias. Já encontrei muitas pessoas bacanas. Mas aprendi a aceitar que tenho todo o direito de expressar os sentimentos ruins que essa pessoa provocou. Durante muito tempo achei que não devia. Mas devo. É a forma de erradicar tudo de ruim que contaminou a minha vida. E tenho medo dele, sim. Pelas coisas que me fez passar, pela frieza, pelos riscos a que me submeteu. As cicatrizes existem e não sairão, infelizmente, porque são profundas. E reconhecer a dor que elas me provocam é a melhor maneira de estar pronta para receber outras pessoas em minha vida. Porque elas são parte de mim. E não posso escondê-las porque não seria honesto. Especialmente comigo. Beijo grande.