terça-feira, 23 de julho de 2013

Flash

Subitamente tudo me pesou.
A velocidade dos acontecimentos desceu sobre mim de uma forma tão espetacular e intensa que não consegui mais processar tanta informação.
Na minha cabeça, misturaram-se imagens da família, dos amigos, dos desconhecidos. Do mundo. Do universo.
Rapidamente passavam clarões de bomba, gritos de revolta e dor, arrogância, encantamento dos olhos de minha mãe em sua viagem de férias, o meu desencanto com muitas coisas, a minha vibração com tantas outras que estavama caladas em minha alma. Mortes súbitas, mortes esperadas. Partos reais. Atos insanos e autoritários. Desprezo pelo povo. Desprezo pela leis. Multidões em festa e multidões sorrindo. Famílías, sim famílias, em busca dos seus Amarildos.
Gente que tapa os olhos com as mãos mas não consegue tapar os ouvidos e fica sem saber o que fazer. Gente que sabe o que quer e como conseguir. Gente que está descobrindo como tem poder.
Neve, que sempre me encanta e, esse ano, tomou um lugar especial na minha vida. Cometas raspando. Pedras que caem do sol, do céu.
Vida que vale, vida que passa, vida que é desprezada, que começa e acaba.
Mercado financeiro, falcatruas políticas e profissionais. Imagens de filmes que vi, de livros que li, hoje e ontem.
Tentativas, erros, acertos, fracassos, pequenas - e importantes - vitórias.
O jovens mortos em Santa Maria. Os jovens e adultos mortos na Maré.
Certamente esqueci muitas das coisas que passaram em flashes na minha cabeça em 10, 15 minutos, não sei. Por uns segundos foi como se uma vida passasse em minha mente. Mas estava mergulhada apenas nos últimos meses.
E me assustei.
Porque há muito ainda por fazer e ver.
E depois lembrar.

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