quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Para aqueles que se surpreendem com a manutenção da greve na CAIXA

Segue o texto publicado pela FENAE e que pode ser acessado neste link:
http://web.fenae.org.br/data/pages/FF8080811D24AA1C011D2A8B324349F4.htm

14:27h 23.10.08 - Fenae Net
Editorial: “Sobre a medida provisória 443 e sobre a greve na Caixa”
Texto é da Diretoria da Fenae e faz reflexões sobre MP que autoriza Caixa e BB a adquirirem participação em bancos e sobre a greve dos empregados

“O governo federal anunciou nesta quarta feira, dia 22 de outubro, a edição da medida provisória (MP) 443, que autoriza a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil a adquirirem participação em instituições financeiras, sendo bancos ou empresas dos ramos securitário, previdenciário, capitalização e outras.

“Enxergamos nessa MP a face do Estado regulador de atividades estratégicas, em defesa do interesse nacional, que consideramos apropriada para o enfrentamento de determinadas situações, como é o caso desta em que a crise financeira internacional ameaça contagiar a economia real e impactar negativamente a vida dos trabalhadores e das camadas sociais desprotegidas.

“É, portanto, compreensível a intervenção do Estado por meio dos instrumentos de que dispõe para a proteção frente aos abalos na economia mundial. Os bancos públicos podem e devem, sim, atuar como instituições a serviço dos interesses do país.

“Mas é necessário que esses bancos, expliquem minuciosamente aos seus empregados e à sociedade o alcance e os limites dessa MP. Não queremos que se repitam os problemas que levaram à criação da Emgea. É preciso ter claro que intervir no mercado para preservar empregos e garantir a estabilidade é uma coisa, usar dinheiro público para comprar ativos podres e dar boa vida a empresários falidos é outra.

“Entendemos, por exemplo, que empresas que vierem a ser adquiridas total ou parcialmente pela Caixa devam ser submetida à gestão compartilhada com representantes dos trabalhadores e de segmentos sociais e econômicos diretamente envolvidos com suas atividades.

“Consideramos também que o papel atribuído à Caixa pela MP 443 implica em carga ainda maior sobre os ombros de seu quadro de pessoal, que, ao final das contas, será o responsável para fazer com que as coisas de fato aconteçam.

“Este é, portanto, um momento histórico para a empresa e seus trabalhadores. As atenções da imprensa estão voltadas para a Caixa. Os holofotes focam a MP editada pelo governo. Mas a sociedade está assistindo também a luta dos empregados da Caixa por suas reivindicações, numa greve que já dura 16 dias e atinge no momento 18 estados. A população deve estar se perguntando que empresa é essa que se propõe a ajudar o país a vencer a crise e que, ao mesmo tempo, não se mostra capaz de resolver o impasse nas negociações com os bancários, preferindo deixá-los de braços cruzados, em prejuízo do atendimento aos usuários e clientes.

“Todos os demais bancos encerraram as paralisações no dia de hoje. Não é mais possível postergar! A direção da Caixa precisa chamar para si a responsabilidade e abrir portas hoje (quinta-feira – dia 23 de outubro) para a continuidade da negociação. É preciso que os itens da proposta que não estão claros para o conjunto dos empregados sejam imediatamente esclarecidos e que todas as possibilidades de avanço sejam exploradas. A hora é agora”.

Diretoria da Fenae

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada, Elisa! Finakmente algo esclarecedor! Sou funcionária há 1 ano e não consegui nada tão esclarecedor sobre as negociações dessa greve até agora!