quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Geladeira

Estou contando os dias para entrar em licença médica. Tudo começou quando ousei contestar a implantação de um novo processo, que estava sendo feita de forma visivelmente errada, contrariando a norma da empresa. Até mandar que eu me calasse mandaram. Tenho o e-mail que comprova isso. Ora, sou paga paraque a empresa tenha lucro, que desenvolva seus processos o mais próximo possível do ideal, para que os riscos e erros sejam minimizados. Cumpri meu papel. E fui perseguida por isso. Hoje estou sem tarefas, sem responsabilidades. Tudo é feito de modo a impedir que eu me integre na nova estrutura. O setor que queriam criar e cuja implantação eu critiquei, foi extinto. Não durou um mês. Eu agora venho trabalhar, (trabalhar??), invento coisas para fazer e passo 8 horas lutando para não mandar algumas pessoas para o inferno. Pensei num processo por assédio moral mas, como preciso me afastar um tempo para a cirurgia, resolvi esperar a volta para ver como as coisas estão. O meu sentimento, neste instante, é o de que se aparecesse uma outra oportunidade profissional, eu deixaria de lado a empresa de que tanto gosto, especialmente pela sua importância para tantas pessoas neste país e cairia fora. Fico triste com isso. Estar na geladeira, eu tiro de letra. Se querem me pagar para não fazer nada, tudo bem. Eu uso o tempo para estudar e aprender coisas que me mantém a frente de todos no setor. Tudo o que se discute lá, hoje, eu já discutia em 2003. E me achavam louca. Hoje, estão implantando com toda essa defasagem em relação ao mercado mundial de TI. Me entristece estar subordinada a pessoas que priorizam a vaidade e não os bons resultados para a empresa, a colaboração com o grupo... Sei lá... De repente, durante meu afastamento para a cirurgia tudo muda... E novos caminhois se abrem para mim. Se não se abrirem, eu corro atrás que não sou mulher de desistir fácil. E, como dizia, Ibrahim Sued, os câes ladram e acaravana passa.

Nenhum comentário: