segunda-feira, 21 de abril de 2008

Solidão

Estou cercada de gente, mas me sentindo muito só. Talvez, por isso, esteja mais sensível, com mais medo, e mais apegada à religião. É um sentimento estranho, esse. Nunca me senti assim antes. Um vazio que não consigo controlar, uma vontade de nada... de não sei o quê. Na verdade, quero sumir do mundo.Mas não posso. Tenho responsabilidades. Queria largar tudo.Tudo. Mas não sou covarde, infelizmente. Tenho lá no fundo da minha alma, uma brasa que me faz encarar as agruras da vida, que não me permite desistir e que, péssimo isso, me faz carregar o mundo nas costas. Se eu não tivesse esse coisa de cuidar de todo mundo, jamais teria me dedicado tanto ao ex, não me importaria com família e amigos e cuidaria só de mim. Hoje, estaria provavelmente sem problemas, mais feliz -será??-, e, talvez, me sentindo menos só. Na verdade, o que sinto é arrependimento por ter permitido ser usada por ele por tanto tempo. Não quis ver o que estava acontecendo. E não estou lidando bem com isso. Minha terapeuta de diz que o trauma foi grande é que tudo está recente demais e é natural que eu reaja assim. Mas não sei. Não consigo mais retribuir ao interesse de novos candidatos a relacionamentos. Busco estar com pessoas que não querem compromisso. Me incomoda estar com casais estáveis e felizes, como o são a maior parte dos meus amigos. Temo não estar à altura deles. Na realidade, sinto vergonha de tudo o que me aconteceu. Mas, curiosamente, não sinto vergonha da forma como reagi à epoca. Sinto vergonha de como estou me sentindo hoje, neste instante. Sem força, sem tesão, sem vontade de viver. Essa não sou eu.
Acho que preciso de outra temporada em Tuvalu.

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